segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Arma X

ARMA X
Roteiro: Barry Windsor-Smith
Arte: Barry Windsor-Smith
Editora: Marvel
Nº de Páginas: 152
Edições: Marvel Comics Presents 72 - 84

Através da Coleção de Graphic Novels Marvel da editora Salvat estou tendo a oportunidade de ler algumas histórias clássicas e outras contemporâneas da Marvel que não tive a oportunidade der ler. Nesse final de semana eu terminei de ler uma história que sempre tive curiosidade de conhecer que é o arco de histórias "Arma-X". Esse arco é bastante cultuado pelos fãs do Wolverine e fez bastante barulho na época principalmente porque foi uma das primeiras a retratar a origem do personagem, origem essa que era um mistério nas histórias dos X-men.

Por ele ter esse grau de liberdade, o autor acabou adotando uma narrativa bem diferente da que encontramos nos quadrinhos que estamos acostumados a ler, a começar pela a arte que é bastante peculiar adotando traços por vezes abstratos misturando com uma colorização que por vezes chega a ser difícil de compreender o que esta ocorrendo em cena. Quando o assunto é a arte da HQ eu sou favorável por algo mais tradicional, não curto desenhos estilizados e abstratos, portanto para mim a arte é um dos pontos fracos da HQ.  Ja a narrativa o autor utiliza muitas frases soltas sem ligação uma com a outra, são poucos os diálogos desenvolvidos, acredito que a intenção de Barry Windsor-Smith é que estivéssemos na pele de Wolverine durante o experimento Arma-X.

Dava facilmente para história que foi contada em 150 páginas caber em uma edição comum de 24 páginas, pois o conteúdo é praticamente zero, tendo apenas algumas cenas de ação sem dialogo que agregue algo a história. Acredito que o sucesso dessa história foi justamente por ser uma das primeiras a abortar o passado misterioso do Wolverine naquela época. A HQ esta longe de ser horrível mas também longe de ser uma obra-prima, vale ler pela curiosidade.

NOTA
3/5


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Assim na Terra Como no Inferno (As Above, So Below, 2014)

ASSIM NA TERRA COMO NO INFERNO (As Above, So Below, 2014 - Terror)
Diretor: John Erick Dowdle
Elenco: Perdita Weeks, Ben Feldman, Edwin Hodge, François Civil, Mario Lambert, Ali Marhyar, Cosme Castro, Hamid Djavadan.

Esse filme eu descobri por acaso ao procurar a data de estréia de Interstellar nos cinemas, me chamou atenção pelo poster e fui ver a sinopse a qual achei interessante. No longa uma equipe de exploradores adentra nas imensas galerias subterrâneas feitas na idade média que a cidade de Paris possui para procurar a lendária Pedra Filosofal e ao adentrar as galerias acabam abrindo os portões do inferno.

Podemos dizer que o filme é uma mistura de Indiana Jones com Terror no estilo "found footage". Temos toda a parte de exploração das galerias onde os personagens resolvem os mistérios para encontrar o artefato místico e sobrevivendo as diversas armadilhas como vistos nos filme do Indiana Jones. Também tem a parte do terror onde durante essa caça ao tesouro os protagonistas são atormentados por demônios e assombrações.

O filme peca apenas em dois pontos, o primeiro deles é o carisma dos personagens e o outro o excesso de sub-tramas desnecessárias. Em relação aos personagens praticamente nenhum deles funcionam, a protagonista é extremamente irritante fazendo o espectador torcer pela morte dela o quanto antes. A protagonista é aquela personagem que só pensa nela e esta nem ai com oque tem que fazer para atingir seus objetivos, ou seja, a completa otária. Ja o restante do grupo se enquadra nos famosos "uhull nos somos radicais e exploramos lugares proibidos", acredito que faltou um pouco mais de seriedade nos personagens ou pelo menos um protagonista carismático para que podemos torcer por ele durante o longa.

O outro ponto que me desagradou é o excesso de subtramas. O filme me lembrou bastante o longa "Oculus", o diretor e roteirista não sabem que caminho seguir e tentam abordar diversos temas. Temos uma história de amor entre os protagonistas que não é desenvolvido durante o filme e nem acrescenta nada a trama, onde apenas no final é explorado esse drama. Temos também a parte que os personagens tem que perdoar seus pecados passados que também não é abordado em nenhum momennto do filme e que é de extrema importância para a solução de um dos quebra-cabeças sendo que não tinha a necessidade de criar essa situação para a história funcionar. Além desse exemplos tem outros elementos que não são desenvolvidos durante o longa e que não acrescentam em nada na história, como os demônios estatuas, as pessoas dos mantos negros, o culto do coral e por ai vai.

Apesar desses problemas o filme é muito bom. Se o diretor foca-se apenas na parte de exploração ao estilo Indiana Jones e o terror de ambiente e de situações claustrofóbicos no estilo Abismo do Medo, com certeza o filme teria mais prestigio, mas essa falta de direcionamento acaba prejudicando o resultado final do filme.

NOTA
3/5

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Blade Runner, O Caçador de Androides (Blade Runner, 1982)

BLADE RUNNER, O CAÇADOR DE ANDROIDES (Blade Runner, 1982 - Ficção Cientifica)
Diretor: Ridley Scott
Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Edward James Olmos, William Sanderson, Brion James, Joe Turkel, Daryl Hannah.

Comentar Blade Runner é complicado, filme extremamente cultuado pelos cinéfilos e fãs de ficção cientifica. O filme teve diversos problemas de edição entre os produtores e o diretor Ridley Scott, por isso que existe diversas versões do longa. Temos versão do cinema, do diretor, estendida, do diretor edição especial e por ai vai. E cada uma dessas versões acabam mudando bastante o desenvolvimento do filme, justificando a existência delas.

O longa é baseado no livro "Androides Sonham com ovelhas elétricas" de Philip K. Dick, eu nunca li o livro portanto não posso comparar com a obra original, mas pelo oque é comentado o filme é superior ao livro, isso não é muito difícil pois as obras do autor são famosas por possuir plots sensacionais porem uma narrativa fraca, talvez por isso existam diversas adaptações dos contos de Philip K. Dick.

Como já falei em postagens anteriores, sou um aficionado em ficção-cientifica e já assisti o filme duas vezes e não me agradou nem um pouco, achei extremamente chato. Acredito que isso ocorreu por que talvez não estava maduro o suficiente para o filme, assisti ele em minha adolescência, por isso dei mais uma chance pra ele e fui assisti-lo nesse final de semana para ver se mudo de opinião e eu entenda o porque de tanta fascinação em cima do longa.

Muitos consideram Blade Runner uma obra cyber-punk, porém acho um tremendo equívoco, o longa tem quase nada que remete ao gênero apenas a questão dos androides. O filme se passa numa Los Angeles decadente no longínquo ano de 2019. É engraçado como achavam que no inicio dos anos 2000 estaríamos tão avançado tecnologicamente. É excelente como é retratada a cidade, para mim um dos principais charmes do filme, apresentando uma cidade dominada por grande corporações, super populada e por uma invasão asiática, cenário que acho plausível num futuro próximo. Como não é fácil imaginar a tecnologia que teremos em nosso futuro, Blade Runner acaba apresentando uns dispositivos eletrônicos que chega a ser engraçado de tão datado que são eles, exemplo a TV tubo que o protagonista utiliza para aumentar a resolução de fotografias, tudo isso através de comando de voz, além da total ausência de dispositivos de comunicação móvel, até porque o boom dos celulares ocorreu apenas nos anos 2000 e o filme é dos anos 80.  Mesmo com esses pontos o filme consegue passar uma sensação de um futuro crível mesmo com seus carros voadores e televisões tubo.

O elenco está muito bem no filme, Harrison Ford com seu carisma e ar canastrão sempre agrada a audiência. O vilão do filme interpretado por Rutger Hauer consegue ser angustiante. Uma escalação de elenco perfeita, sendo o personagem mais marcante da carreira do ator.

A parte técnica é impecável porém não vejo toda essa grandiosidade no enredo. Tenho que admitir que Blade Runner possui uma história interessante mas longe de ser algo para tamanho culto. Falam que a obra é extremamente filosófica e que faz nos questionarmos sobre diversos assuntos, porém a narrativa é travada. Temos ótimos segmentos seguido por segmentos que parecem completamente fora do filme. Isso faz sentido devido ao problema de edição que o filme sofreu durante todos esses anos, onde de tempo em tempo sai uma nova versão definitiva do filme. 

Eu tentei gostar do filme e achar a justificativa para tanto culto sobre o filme, porém não consigo entender a razão desse cultuamento. O filme é bom porém longe de ser uma obra-prima, ele falha num dos principais pontos que é a narrativa. Devido a seu ritmo quebrado e edição problemática fica difícil manter a atenção do espectador 100% focada no longa. Portanto pra mim o grande problema de Blade Runner é a expectativa que a pessoa cria ao assistir o filme, a pessoa vai esperando um dos melhores filmes de todos os tempos e se depara com uma ótima ficção-cientifica mas longe de ser um Alien, Matrix ou Exterminador do futuro. 

Nota
3/5

Duna (Dune, 1984)

DUNA (Dune, 1984 - Ficção Cientifica)
Diretor: David Lynch
Elenco: Kyle MacLachlan, Francesca Annis, Brad Dourif, Jose Ferrer, Linda Hunt, Freddie Jones, Richard Jordan, Everett McGill, Kenneth McMilan, Jurgen Prochnow, Virgina Madsen.

Depois de terminar de ler o livro Duna fui assistir o filme de David Lynch pela terceira vez para ver se mudo de opinião a respeito do longa, mas a missão não foi um sucesso.

A produção do filme foi marcada por diversos problemas, o diretor chegou a realizar mais de oito horas de filmagem, ou seja, imaginem o desafio na hora de fazer o corte para que essas oito horas se transformem em duas horas, muita coisa da história foi deixada de lado prejudicando bastante a narrativa. É visível que tem muita informação faltando ao assistir o filme, deixando bastante confuso o espectador,  apenas quem leu o livro vai conseguir entender por completo a história. Os personagens são jogados em cena sem nenhuma apresentação e desenvolvimento, o único personagem que é um pouco desenvolvido é o protagonista, porém mesmo assim é muito raso.

Em questão de fidelidade a obra original, David Lynch consegue ser até fiel demais, tendo cenas idênticas as narradas no livro, oque para mim foi um problema, porque são mídias diferentes. O livro tem muitas passagens em que acompanhamos apenas os pensamentos dos personagens e David Lynch transferiu isso para o longa, onde escutamos os pensamentos, é muito estranho o personagem estar falando  e de repente fica de boca fechada e continuamos ouvindo ele falar, ainda mais que esses pensamentos são coisa obvias que o espectador poderia compreender através da expressão ou ação do personagem. 

Pelo oque eu pude perceber, tivemos apenas uma mudança grande em relação a obra original, foi acrescentado um alienígena gigante que parece o Crank das tartarugas ninjas, um cérebro gigante com olhos e boca, que é meio quem arquiteta os planos malignos do vilão. Ele surge em cena do nada, joga umas ideias parecendo ser o fodão por trás de tudo, depois temos uma cena dele no espaço soltado uns raios lasers no nada e então não é mais mencionado. Personagem completamente dispensável, acredito que nas 6 horas de filmagem que ficaram fora do corte final com certeza esse personagem seria mais desenvolvido, mas como ele não teve proposito nenhum, os responsáveis pelo corte do filme poderiam ter excluído ele na edição final.

Durante uma hora e meia de filme pouco da história é desenvolvida, não chega a contemplar 40% do livro, e nos 30 minutos finais é apresentado o restante do livro, tudo acontece sem explicação, numa hora o personagem esta começando seu treinamento e na outra cena já esta comandando um exercito, depois ja esta atacando o inimigo e o filme acaba em uma cena com clímax zero.

Os efeitos visuais são muito fracos, o chroma keys é do nível do utilizado nos episódios do Chaves, sendo que na época do desenvolvimento do filme já tinha sido lançado Star Wars. Os vermes quando aparecem sozinhos em cena até que da pra engolir, mas quando algum humano interage com eles a cena fica risível. Cenário e figurinos completamente sem expiração.

Agora consegui entender por que o cultuado diretor David Lynch não quis vincular seu nome com o filme. O diretor deve se remoer até hoje pois ele abriu mão da direção do Star Wars O Império Contra-Ataca para dirigir Duna. Devido a esse filme o diretor entrou num ostracismo e só foi voltar aos holofotes depois da cultuada série Twin Peaks, se arrependimento mata-se...

NOTA
1/5

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Duna

DUNA (1965)
Frank Herbert
Editora Aleph

Como eu já mencionei aqui no blog, eu sou fã de ficção-cientifica desde criança porém faz apenas uns dois anos que comecei a consumir literatura do gênero, e posso afirmar que uma pessoa só vai entender oque é ficção-cientifica em sua essência quando ler alguma obra literária de ficção, como os conhecedores gostam de chamar, a "ficção-cientifica hard". Depois de encarar os livros de Asimov (Saga Fundação, Eu Robô) e o livro Neuromancer de William Gibson, resolvi começar a ler Duna, que eu terminei de ler hoje.

Duna está no panteão dos grandes clássicos da ficção-cientifica, tendo adaptação para o cinema dirigido pelo cultuado diretor David Lynch e uma mini-série para TV pelo canal SyFy. O livro esta entre os mais vendidos de todos os tempos do gênero e ganhou o Hugo Award em 1966 como a melhor obra  de fantasia e ficção do ano.

Antes de saber da existência do livro eu conhecia a obra através das adaptações para TV e cinema. Meu primeiro contato foi com a mini-série, no qual achei regular e acabei não me empolgado muito com a história, tinha um universo bacana mas o desenrolar do enredo não achei interessante. Anos depois descobri a existência do livro e a importância dele no gênero, então resolvi assistir o filme, já que o seriado eu assisti quando era mais novo e talvez não tenha entendido direito. Mas o resultado foi o mesmo, achei o filme chato e confuso, apesar de continuar achando o universo da obra muito interessante, mais futuramente eu devo fazer uma crítica sobre o filme pois pretendo assistir ele de novo agora que eu li o livro para ver se vou enxergar com outros olhos.

Mesmo não me empolgando com as adaptações para TV e cinema eu resolvi encarar o livro pra entender o porque dele ser tão cultuado, pois sabemos que nem toda obra literária tem uma adaptação para as telas que seja do mesmo nível do livro.

Eu gostei do livro, mas o mesmo sentimento que eu tive com o filme e o seriado foi o mesmo com o livro. Frank Herbert consegue criar um universo muito interessante e cheio de intrigas políticas mas a história em si não me empolguei muito, talvez isso ocorra por ter sido lançado em 1965 onde oque era novidade na época hoje é clichê para gente.

O livro é dividido em 3 atos. No primeiro acompanhamos o personagem principal em sua adolescência, no segundo acompanhamos ele passando para fase adulta e o terceiro e ultimo ato sua ascensão. O primeiro e o segundo atos são muito bons. No primeiro ato começa bem devagar, lembrando muito Senhor dos Anéis, ele serve mais para apresentar para o leitor o cenário e os personagens, desenvolvendo bem pouco a história. Como o mais interessante na obra é o universo criado, talvez por isso eu tenha me empolgado com o primeiro ato.

O segundo ato podemos dizer que é o ápice do livro. Nele ainda é apresentado uma das partes mais interessantes nesse universo criado por Frank Herbert, que são o povo "Fremen", nesse ato acompanhamos o personagem principal em um ambiente inóspito e como ele faz para se adaptar e também acompanhamos o crescimento do personagem. 

Porém no terceiro ato que é onde o livro se perde, parece que o autor estava com o prazo acabando para terminar a obra e teve que acelerar a história para conseguir finalizar a tempo. É muito corrida a parte final do livro, tudo acontece muito rápido e sem desenvolvimento, completamente diferente do ritmo mais lento que acompanhamos praticamente por 2/3 do livro. É uma pena, pois a história estava se desenvolvendo legal e prendendo o leitor a cada novo capitulo e bem no encerramento da obra, que é um dos pontos mais importantes, o autor falha.

Em relação a leitura, mesmo sendo um livro antigo, de 1965, ainda continua prazerosa a escrita de Frank Herbert, e o trabalho de tradução da Editora Aleph é excelente. O livro mescla muito bem o uso de diálogos e narrativa, não exagerando em nenhum deles, assim não tornando a leitura cansativa, pois muita narrativa como as obras de Tolkien torna a leitura muito cansativa e o uso demasiado de diálogos torna a obra muito rasa na questão de desenvolvimento do cenário.

Apesar do deslize no ultimo ato do livro eu considero a obra muito boa, gostei bastante. Ela tem como sua principal virtude o universo criado por Frank Herbert, assim como obras como Star Wars, Star Trek, Senhor dos Anéis, que conseguem conquistar seus fãs através de seus ricos universos. Recomendo para quem gosta de um trama politico, o livro inteiro gira em torno de vingança e guerra politica por poder. Pretendo futuramente adquirir as continuações de Duna, que dão continuidade a saga do personagem principal, dois deles já foram lançados pela editora Aleph.

PONTOS POSITIVOS
- O universo criado por Frank Herbert esta entrem os mais interessantes do gênero.

PONTOS NEGATIVOS
- O terceiro ato do livro é muito corrido.

NOTA
3/5

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

V/H/S/2 (2013)

V/H/S/2 (2013 - Terror)
Diretor:Simon Barrett, Jason Eisener, Gareth Evans, Gregg Hale, Eduardo Sanchez, Timo Tjahjanto, Adam Wingard.
Elenco: Lawrence Michael Levine, Kelsy Abbott, L.C. Holt, Adam Wingard, Hannah Hughnes, Jay Saunders, Fachry Albar, Hannah Al Rashid, Oka Antara, Andrew Suleiman, Epy Kusnandar, Riley Eisener, Zachary Ford, Smantha Gracie.

Com o sucesso comercial de filmes estilo "found footage" como Atividade Paranormal, Cloverfield e [Rec.], uma enxurrada de filmes parecidos começou a pintar pra aproveitar a moda e como sempre muita bomba surgiu. No meio desse emaranhado de filmes ruins podemos destacar uma perola chamada V/H/S, ele remete aos clássicos filmes de terror de Antologias, onde é apresentado diversas histórias sem ligação uma com a outra. Eu sou fã desse formato ainda mais para o gênero do terror, pois como possuem pouco tempo para contar a história, o roteiro não perde tempo com enrolação e explicação e indo direto ao ponto principal que é aterrorizar o espectador.

Com a boa aceitação do público em 2013 foi lançado a sequência de V/H/S que acabei assistindo nesse final de semana. O longa manteve a mesma estrutura do original, onde temos uma historia principal e entre ela é apresentado 4 histórias, todas no estilo "found footage" e representando um gênero dos filmes e terror.

A plot principal consiste numa dupla de detetives particulares picaretas que vão investigar o desaparecimento de um jovem. Ao chegar na casa onde o rapaz desapareceu, eles se deparam com um aparelho de VHS e diversas fitas espalhadas pelo local, através desse gancho é apresentado os outros segmentos do longa. A cada troca de segmento é apresentando um pouco da trama, porém nada de interessante é apresentado até a parte final. Apesar de não ser nada extraordinário, o final desse segmento consegue ser bastante tenso, esse estilo de filmagem é muito difícil não pegar o espectador, por mais cliché que seja a situação, pois as filmagens "found footage" são muito imersivas, acredito que isso ocorra devido ao tom "amador/verossímil" que é transmitido.

O segundo segmento é de longe a parte mais fraco do filme. Nele temos uma pessoa que coloca um implante no olho onde tudo que ele vê é gravado e a partir desse implante ele começa a enxergar pessoas mortas e descobre que a casa dele é cheia de espíritos malignos. Não da para destacar nada de positivo desse segmento, atuações ridículas, situações que não geram medo nem em uma criança pequena, de vez em quando conseguindo ate arrancar uma risada. Eu recomendo pular essa parte do filme, é uma completa perda de tempo.

Podemos dizer que a história seguinte é no mínimo interessante. Nela temos o início de um ataque zumbi onde acompanhamos o ataque pela perspectiva de um morto-vivo. Esse segmento não é nem um pouco assustador, apelando mais para o horror gráfico de corpos sendo devorados pelos zumbis. Vale a pena assistir mais pela originalidade do que por sua qualidade.

Chegamos então ao melhor segmento do filme. Vou tentar contar o mínimo de spoiler para não estragar a experiência. Nele temos uma equipe de reportagem que vai fazer um documentário sobre um culto asiático completamente estranho que dizem garantir que a pessoa vai ser levada para o paraíso, e durante o documentário já se imagine oque vai ocorrer. Esse segmento vai deixando o espectador instigado a cada cena bizarra que é captada, seja no plano principal ou algum acontecimento que ocorre em segundo plano, e com isso vai criando um clima de tensão que vai crescendo até a parte onde a loucura começa. É impossível não assistir esse segmento sem ficar perturbado. Destaque para o líder do culto, "O Pai", um personagem completamente insano.

A última história é completamente desnecessária. Temos um grupo de crianças que passa o final de semana sozinhas e nesse período de tempo são atacadas por um grupo de alienígenas. Mas mesmo contando uma história completamente clichê, bem diferente do que os outros segmentos se propuseram, ainda consegue criar uma certa tensão.

Tirando o segmento do culto asiático, o resto do filme é bem fraco, porém a parte do culto asiático é tão boa e perturbadora que acaba salvando o filme de ser uma bomba, se possível sugiro que apenas assista a esse segmento e nem perca tempo assistindo os restantes, talvez assistam o do zumbi pela originalidade.

PONTOS FORTE
- O estilo de filmagem "Found Footage" continua sendo um dos melhores estilo de filmagem para o gênero de Terror, por mais meia boca que seja o filme, ele ainda consegue perturbar um pouco o espectador.
- O segmento do culto asiático é completamente insano, é filmes nessa pegada que o mercado atual de Terror esta carente, filmes sem medo de ousar.

PONTOS FRACO
- O restante dos segmentos são muito fraco, utilizando motivos completamente sem sentido para justificar a filmagem em "primeira pessoa" como utilizar um implante no olho ou colocar uma câmera no capacete quando for dar uma volta de bicicleta no parque.

NOTA
2/5

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Quarentena (Quarantine, 2008)

QUARENTENA (Quarantine, 2008 - Terror)
Diretor: John Erick Dowdle
Elenco: Jennifer Carpenter, Steve Harris, Jay Hernandez, Johnathon Schaech, Columbus Short, Andrew Fiscella, Rade Serbedzija, Greg Germann, Bernand White, Dania Ramirez, Elaine Kagan, Marin Hinkle, Joey King.

Todo halloween eu tenho o ritual de assistir a algum filme de terror, como o blu-ray estava em promoção e sempre tive a curiosidade de assistir o longa, resolvi encarar. Para quem não sabe, Quarentena é o remake do filme espanhol [Rec.], que é um dos meus filmes preferidos do gênero do terror.  

Por anos eu tive preconceito sobre Quarentena, achava completamente desnecessário um remake de um filme que não tinha sido lançado não fazia nem um ano, apenas para os americanos preguiçosos não precisarem ler legendas, ainda mais que o filme original não tinha o que alterar, portanto qual a razão desse remake?

O filme mantém a mesma plot do original, uma equipe de reportagem vai passar um dia acompanhando a rotina do Corpo de Bombeiros, e ao acompanhar um chamado eles irão se encontrar presos em um prédio onde pessoas contaminadas com alguma especie de vírus acabam enlouquecendo. História bastante simples, mas se bem executada consegue agradar a todos, até porque o que caracteriza um bom filme de terror, é o clima de angustia e medo que ele consegue passar ao espectador e não o quão profundo e filosófico é seu enredo.

O mesmo estilo de filmagem, found footage, adotado pelo longa espanhol é utilizado pelo diretor americano, que são aqueles filmes que parecem filmagens perdidas, onde todo o filme se passa pela visão da pessoa que está com a câmara na mão, tipo Bruxa de Blair, Atividade Paranormal e Cloverfield.  Esse estilo de filmagem cai muito bem no gênero de Terror se bem executado, pois cria uma maior imersão para o espectador.

Mas beleza, a plot é a mesma que o original e o estilo de filmagem também, então o que tem de diferente esse remake ? Não tem nada, o filme é o mesmo, cena por cena, é ate uma vergonha o diretor assinar o filme, pois ele copiou todos os enquadramentos do diretor espanhol. Porém, o filme é ruim ? Se analisarmos ele isolado é um excelente filme, pois ele é igual ao original em todos os sentidos, sendo que o filme espanhol é excelente, mas para quem já assistiu [Rec.] não tem porque assistir Quarentena.

Quarentena é um filme completamente dispensável e mostra como hollywood esta em decadência a cada ano que se passa, vivendo de remake de obras estrangeiras e de reboots de sucessos dos anos 80. Se forem assistir, assistam o original.

PONTOS FORTES:
- O estilo de found footage foi muito bem executado, consegue deixar o espectador completamente tenso, detalhe para a cena final que faz você ficar sem respirar. Aconselho a assistir de noite e sozinho, ate o mais machão vai morrer de medo.

PONTOS FRACOS:
- Filme completamente desnecessário, é uma cópia descarada do original espanhol, o filme é o mesmo cena por cena.

NOTA
3/5