quinta-feira, 30 de outubro de 2014

As Tartarugas Ninjas (Teenage Mutant Ninja Turtles, 2014)

AS TARTARUGAS NINJAS (Teenage Mutant Ninja Turtles, 2014 - Ação)
Diretor: Jonathan Liebesman
Elenco: Megan Fox, Will Arnett, William Fichtner, Alan Ritchson, Noel Fisher, Pete Ploszek, Johnny Knoxville, Jeremy Howard, Danny Woodburn, Tony Shalhoub, Tohoru Masamune, Whoopi Goldberg.

SANTA TARTARUGA, Apenas quem foi criança no final dos anos 80 e início dos anos 90 para saber o quão impactante foram "As Tartarugas Mutantes Adolescentes Ninjas" em suas vidas. Nessa época foi uma febre de quelônios, tudo que se pode imaginar de produto tinha uma versão das Tartarugas, tinha o desenho, filmes, brinquedos, video-games e por ai vai, e eu não tinha como escapar, eu era maluco pelas Tartarugas Ninjas. Assistia sempre que estava passando o desenho e os filmes, jogava o jogo do super nintendo a exaustão (que é um ótimo jogo e merece um review futuramente), devo ter os bonecos até hoje e até uma fantasia dos tartarugas eu já tive quando criança. Portanto vocês podem imaginar como eu fiquei empolgado e temeroso com o anúncio que ia sair o reboot da franquia nos cinemas.

Muitos já negativaram o filme antes mesmo do seu lançamento só por ter o nome de Michael Bay vinculado, hoje é moda criticar tudo que o diretor mete o dedo. Eu não entendo o porque, ele é um ótimo diretor de filmes pipoca, ele tem no currículo filmes como Armageddon, Bad Boys, Pearl Harbor, A Rocha e a Ilha, todos filmes pipocão de primeira classe, não são obras-primas do cinema mas são filmes bastante divertidos e isso ninguém pode negar. Apesar de que o merchandising do filme sempre vinculava o nome de Michal Bay ao filme, ele foi apenas o produtor, o diretor do filme foi Jonathan Liebesman, ai sim um motivo pra ficar temoroso, ele é responsável pela direção das bombas Furia de Titãs 2, Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles e O Massacre da Serra Elétrica: O Início.   

Outro ponto que estava deixando o pessoal com um pé atrás, eram as noticias que estavam saindo do filme antes de seu lançamento, estavam querendo mudar a origem dos personagens, queriam transformar eles em alienígenas, além de alterar bastante o visual das tartarugas. Portanto fui assistir o filme esperando uma bomba, porém pela minha surpresa, o filme se mostrou um divertido filme pipocão.

A trama do filme é aquela história básica de sempre, o vilão Destruidor quer dominar o mundo e as Tartarugas Ninjas estão la para salvar o dia. Para mim esta mais que suficiente, não tem como esperar um enredo espetacular de um filme que tem Tartarugas Mutantes Adolescente Ninjas. A série nunca foi conhecida por possuir enredos excelentes, o segredo do sucesso da série sempre foi as características e relacionamentos dos personagens, e isso o filme conseguiu acertar. Manteve-se Leonardo como o líder e certinho do grupo, Raphael continua o esquentado e rebelde, Donatelo o gênio hi-tech e Michelangelo o brincalhão do time e como funcionava nos anos 90, a química entre eles ainda funciona hoje em dia. Temos ainda a repórter April O´neil interpretado pela Megan Fox, o personagem dele não me agradou, e o ótimo Will Arnett interpretando um personagem inédito na franquia, o repórter Vernon Fenwick. Will como em toda sua carreira consegue entregar personagens divertidos, a interpretação dele nesse filme lembra muito o personagem que ele fazia na excelente série Arrested Development, ou seja, garantia de boas risadas.

A única coisa que me desagradou foi a importância e forçação de barra que fizeram com a April O´neil. Todo o filme praticamente gira em volta dela, e eles ligaram a origem das tartarugas com ela. As tartarugas eram bichinhos de estimação dela e o pai dela um cientista que injetou nas tartarugas o gene mutante. Tirando isso o desenrolar da história é bem desenvolvido.


Outra grande polêmica foi em torno do visual dos quelônios, que tinha sido anunciado que iria sofrer alterações, a mudança foi boa? Difícil responder. Qualquer mudança que fosse feito, por mais que tenha sido para melhor, vai ser difícil o pessoal admitir e se acostumar pois o visual das tartarugas é marca registrada e nunca sofreu alterações em suas diversas adaptações. Eu gostei bastante do novo visual, tentaram deixar uma coisa mais crível, porém acho difícil de se acostumar com eles, as tartarugas perderam seu ar mais infantil e carismático para algo mais bruto e ameaçador. Minha única ressalva é sobre o tamanho das tartarugas, elas estão gigantes e bombadas, preferia elas nas proporções de antigamente, os ninjas do clã do pé não conseguem demonstrar ameaça nenhuma em frente a tartarugas gigantes anabolizadas.

Pra quem não espera encontrar um filme cheio de conteúdo e que vai mudar a sua vida e apenas quer assistir um longa para desligar o cérebro e se divertir, As Tartarugas Ninjas é o seu filme. Ele cumpre com maestria a sua intenção de proporcionar uma hora e meia de boas cenas de ação, personagens carismáticos e boas piadas, com direito a Cowabunga no final.

PONTOS FORTES
- Personagens extremamente carismáticos e que ainda funcionam nos dias de hoje. Não tem como não gostar de Leonardo, Raphael, Donatelo e Michelangelo.
- Ótimos efeitos especiais e excelentes cenas de ação.

PONTOS FRACO
- Fazer com que toda a trama gire em volta da personagem April O´neil.

NOTA
3/5

terça-feira, 21 de outubro de 2014

John Constantine, Hellblazer - Índia

JOHN CONSTANTINE, HELLBLAZER - ÍNDIA
Roteiro: Peter Milligan
Desenho: Giuseppe Camuncoli (ed. 261 - 264), Simon Bisley (ed. 265 - 266).
Editora: DC (Vertigo)
Nº de Páginas: 148
Edições: Hellblazer 261 - 266

Sempre tive a curiosidade de ler as histórias de John Constantine na revista Hellblazer do selo adulto da DC, Vertigo, porém nunca encontrei nas bancas para vender as HQs. Nos últimos anos a Panini começou a lançar um mix com diversos títulos da Vertigo, sendo um deles Hellblazer, mas o formato adotado era inviável para eu comprar (pagar 15 reais para ler apenas uma história de 24 páginas no mix não compensa). Depois do cancelamento da revista Vertigo, a Panini deu continuidade do lançamento das histórias de John Constantine na forma de encadernados com um preço econômico, que para mim é o melhor formato que já vi nas bancas e merece um tópico apenas para debater isso, foi então que resolvi dar uma chance e comprei a edição "Índia".

John Constantine é o personagem de maior sucesso e longevidade da Vertigo, sendo lançado até o triste fim do selo adulto da DC. Hoje ele foi integrado ao universo principal da DC, do reboot "Os Novos 52", eu cheguei a acompanhar algumas historias dele nessa fase nas revistas "Liga da Justiça Dark" e "Constantine" e pelo que pude constatar mudaram bastante o tom do personagem, deixando ele digamos mais "infantil" e "massaveio", lembrando muito o seriado "Supernatural". Por falar nisso esta para sair o seriado do Constantine, pena que se basearam no personagem da fase dos "Novos 52".  Lembrando que Hellblazer teve uma adaptação para o cinema chamado "Constantine" e estrelado por Keanu Reaves, que gostei bastante, mas os fãs odiaram, pois dizem eles que adotaram um tom menos "dark" e trocaram a cor de cabelo dele, talvez por eu não conhecer a obra original eu tenha gostado do filme.

Mas vamos ao que interessa que é falar sobre a revista, nessa edição temos dois arcos, o primeiro deles se chama "Índia" e o segundo chama-se "Sem Futuro". O primeiro arco contempla as edições 261 até a 264 da revista Hellblazer, uma das ultimas histórias do personagem no selo Vertigo. Nesse arco

John Constantine vai para a Índia com o objetivo de livrar de seus pecados para que então possa realizar o feitiço para ressuscitar seu antigo amor que foi assassinada. O desenrolar da história é bastante interessante mas nada espetacular, temos bons diálogos escrito por Peter Milligan, porém oque não me agradou foi a arte. A arte utilizada por Giuseppe Camuncoli é muito cartunesca para o tom adulto e sombrio que tem a série, tirando muito da seriedade da história, porém os desenhos de Giuseppe são excelentes mas para ser utilizado em HQs de super-heróis. Nesse arco temos o começo do novo affair de Constatine, a jovem alquimista Epiphany, que futuramente chega a se tornar esposa do personagem.

Bem, o primeiro arco do encardenado é "ok", mas é no segundo arco que vejo o porque que do sucesso de John Constantine. Na história "Sem futuro" (edições 265 e 266) temos continuação dos acontecimentos que ocorreram em "Índia". John Constantine voltou para Inglaterra e agora Epiphany está morando um tempo com John até achar um lugar para ficar. Nessa história que começa a surgir a tensão sexual entre os dois personagens. Acompanhamos durante o arco o dilema que vive John Constantie em relação a Epiphany, pois ele é uns 20 anos mais velho que a garota, além do que o estilo de vida que ele leva não tem como ele se relacionar afetivamente com alguém, ainda mais que ele tinha perdido recentemente seu antigo amor.

Temos situações engraçadas no qual Epiphany tenta fazer ciumes saindo com rapazes mais novos e tirando John do sério, porém a história é muito mais densa e sombria. Nesse arco descobrimos um pouco sobre o passado do personagem principal, onde na sua juventude ele era um punk clássico, com moicano e cheio de piercings. O plot consiste no seguinte, um grupo de punks esta idolatrando um manequim, que dizem que a alma do lendário punk Sid Vicious (membro do Sex Pistols) esta dentro do manequim. Apesar de ser interessante o plot principal e de misturar personalidades do mundo real, o que vale a pena mesmo é conhecer o passado de John Constantine. Um ponto forte desse arco é a arte, Simon Bisley é o que melhor retrata o personagem, com uma arte mais realista e sombria, fazendo você entrar no clima das histórias.



NOTA
3/5

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

TOP 5 - Filmes Sci-fi de Terror

Como outubro é o mês das bruxas e o Halloween esta ai, irei fazer um TOP 5 de filmes de terror sci-fi para que vocês possam fazer suas maratonas de filmes de terror no dia 31.

1. O Enigma de Outro Mundo (The Thing, 1982)

Diretor: John Carpenter
Elenco: Kurt Russel, Wilford Brimley, T.K. Carter, David Clennon, Keith David, Richard Dysart, Charles Hallahan, Peter Maloney, Richard Masur, Donald Moffat, Joel Polis, Thomas G. Waites.

O filme conta a história de um grupo de cientistas isolados na Antártida que são confrontados por uma criatura alienígena que assume a aparências dos seres que ela mata. A plot é bem simples mas muito bem executada pelo diretor John Carpenter. O filme tem uma atmosfera de isolamento e tensão que faz o espectador ficar tenso do inicio ao fim do filme. A película é cheia de monstros e gore e por ser um longa dos anos 80 todos os efeitos visuais são efeitos pratico, ou seja, esta cheio de animatronics e maquiagens de primeira, que na minha opinião são mais críveis e assustadores que os efeitos visuais gerado pelos computadores atualmente.
Em 2011 teve uma sequencia com o mesmo nome que serve como um preludio para o longa de 1982. O filme não é nada de espetacular porém não chega a ser ruim, é mais do mesmo, mas para quem curtiu o original (lembrando que o filme de 1982 é um remake) vale a pena assistir.


2. Alien - O Oitavo Passageiro (Alien, 1979)

Diretor: Ridley Scott
Elenco: Sigourney Weaver, Tom Skerritt, Veronica Cartwright, Harry Dean Stanton, Joh Hurt, Ian Holm, Yaphet Kotto, Bolaji Badejo, Helen Horton.

"Alien" é simplesmente um dos meus filmes preferidos, o diretor consegue unir com maestria o gênero de terror com o sci-fi. No filme, uma nave recebe um chamado de socorro de um planeta desconhecido, a tripulação da nave vai a procura de sobreviventes e acaba se deparando com uma forma de vida que ira aterrorizar a todos.
"Alien" consegue criar uma ótima atmosfera de tensão e isolamento, imagine só, você ficar preso numa nave no espaço com uma criatura letal sem ter armamentos para se defender.
O filme recebeu mais 4 sequências (Aliens, Alien 3, Alien Ressurreição e Prometheus), elas fugiram um pouco do foco do terror e indo mais para a ação, porém continuam sendo bons filmes.


3. O Enigma do Horizonte (Event Horizon, 1997)

Diretor: Paul W.S. Anderson
Elenco: Laurence Fishburne, Sam Neill, Kathleen Quinlan, Joely Richardson, Richard T. Jones, Jack Noseworthy, Jason Isaacs, Sean Pertwee.

"O Enigma do Horizonte" não é um filme muito conhecido, dirigido por Paul W. S. Anderson (Mortal Kombat e a saga Resident Evil), ele conta a historia de uma equipe que vai investigar uma nave que tinha sido engolida por um buraco negro e misteriosamente retornou, e ao investigar essa nave, eventos macabros começam a ocorrer.
O longa tem a presença de ótimos atores como Laurance Fishburne (Matrix) e Sam Neill (Jurassic Park), alinhado com uma ótima historia, o filme é repleto de cenas perturbadoras.





4. Cubo (Cube, 1997)

Diretor: Vincenzo Natali
Elenco: Maurice Dean Wint, David Hewlett, Nicole de Boer, Nicky Guadagni, Andrew Miller, Julian Richings, Wayne Robson.

Em "Cubo", sete pessoas que não se conhecem e que possuem personalidades completamente diferentes são colocadas involuntariamente em um labirinto cheio de armadilhas mortais onde são forçadas a trabalharem juntas para conseguirem sobreviver.
Para quem curte a franquia "Jogos Mortais" vão gostar bastante de "Cubo", a premissa é a mesma, bastante gore e quebra-cabeças para resolverem. O filme teve mais duas sequências que são regulares.







5. Pandorum (Pandorum, 2009)

Diretor: Christian Alvart
Elenco: Dennis Quaid, Ben Foster, Cam Gigandet, Antje Traue, Cung Le, Eddie Rouse, Norman Reedus.

No longa estrelado por Denis Quaid e Ben Foster, temos dois astronautas que acordam em uma nave espacial que esta deserta sem saber quem são e oque estão fazendo na nave, porém no decorrer do filme eles descobrem que a nave não esta deserta como eles pensavam.
O filme mistura o terror com um pouco de ação e tem uma trama cheia de reviravoltas. "Pandorum" foi bem aceito pela crítica porém não fez grande sucesso com o público. 


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O Espelho (Oculus, 2014)

O ESPELHO (Oculus, 2014 - Terror)
Diretor: Mike Flanagan
Elenco: Karen Gilla, Brenton Thwaites, Katee Sackhoff, Rory Cochrane, Annalise Basso, Garrett Ryan.

Segundo a crítica especializada, "O Espelho" é considerado uma das grandes surpresas no gênero de terror no ano de 2014, além de ter os mesmos produtores dos ótimos "Atividade Paranormal" e "Sobrenatural (Insidious)". Eu como um entusiasta dos filmes de terror não pude deixar passar e fui correndo assistir.

A historia em si não tem nada de original, é sobre uma família que comprou um espelho amaldiçoado e deste então coisas macabras começam a ocorrer. O diferencial do filme é a maneira que o diretor utilizou para contar a historia, fugindo dos clichês convencionais. O filme tem um ritmo bem lento e utiliza bastante dos recursos de flashbacks, e nessa tentativa de fazer algo diferente foi onde o diretor acabou errando a mão na minha opinião.

É nítida a intenção que o diretor quer fazer algo diferente e que ta cheio de ideias interessantes mas não soube como utiliza-las. É possível ver que o diretor Mike Flanagan não sabe que tom utilizar no seu longa, no inicio do filme tem um tom mais para o terror japonês, depois para um terror psicológico, depois para um horror, depois um estilo mais jogos mortais e por ai vai, completamente perdido. Uso como exemplo o inicio do filme na cena onde a protagonista compra o espelho amaldiçoado e tem a aparição do demônio no maior estilo "O Chamado e "O Grito". Depois em nenhuma momento do filme esse tipo de situação é abordada, mudando para um filme estilo "Jogos Mortais" misturado com "Atividade Paranormal".

É bastante utilizado o recurso de flashback durante a película, bem ao estilo do saudoso seriado "Lost". O filme tem praticamente duas histórias sendo contada paralelamente, tem a linha principal que é os irmãos tentando acabar com o demônio do espelho e a do flashback que mostra como a família foi destruída pelo espelho amaldiçoado. O diretor vai intercalando a trama principal com os flashbacks até chegar num momento onde se mistura tudo, ficando muito confuso de saber oque ta acontecendo em tela.

A trama principal é muito fraca e não segura o filme, o que segura o filme é a trama apresentada nos flashbacks. Se o longa apresenta-se apenas a historia contada nos flashbacks, o filme seria muito superior, que é onde todas as cenas interessantes e perturbadoras acontecem.

Mas com tantos pontos negativos, o filme é ruim ? Longe disso, "O Espelho" é um filme bom para regular, tem suas falhas mas consegue entregar um filme satisfatório de terror, talvez eu não tenha curtido tanto pela expectativa que criei, portanto a minha sugestão é que vejam o filme mas sem esperar um novo clássico de terror.

PONTOS POSITIVOS
- A trama apresentada nos flashbacks é muito bem conduzida, deixando o espectador perturbado;
- Boas atuações da atriz Katee Sackhoff (A eterna Starbuck do seriado Battlestar Galactica) que faz o papel da mãe e do ator que faz o pai, Rory Cochrane, conseguem deixar qualquer um assustado.

PONTOS NEGATIVOS
- A historia da trama principal é muito fraca, totalmente desnecessária;
- O ator que faz o papel de um dos irmãos, Brenton Thwaites, não consegue ter uma atuação consistente, prejudicando bastante a relação do espectador com o personagem;
- O diretor não sabe que tom utilizar no filme e acaba emulando diversos estilos, porém não foi bem executado.

NOTA
3/5

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Neuromancer

NEUROMANCER (1984)
William Gibson
Editora Aleph

Sempre fui um aficionado pelo gênero fantástico, principalmente ficção cientifica, porém só fui entrar no universo da literatura de sci-fi apenas em 2013. E como sempre quando começa a desbravar um gênero se busca conhecer primeiro os principais expoentes para depois ir conhecendo o cenário underground. Os principais autores são Isaac Asimov (Meu autor preferido, escreveu a trilogia Fundação e Eu, Robo), H.G. Wells (Guerra dos Mundos, A maquina do Tempo), Arthur C. Clarke (2001: Uma Odisséia no Espaço), Philip K. Dick (Blade Runner) e William Gibson (Neuromancer).

Depois de me aventurar pelas obras de Isaac Asimov, resolvi encarar o livro Neuromancer de William Gibson. Esse livro é muito cultuado pelo publico que consome sci-fi, onde consideram William Gibson junto com esse livro o percursor do gênero Cyber-Punk, sendo principal fonte de inspiração para o desenvolvimento da trilogia Matrix nos cinemas, ou seja, fui ler o livro com a expectativa la em cima, porém a obra foi uma grande decepção.

Um dos principais problemas do livro é que o autor utiliza termos que não existem o tempo todo e de uma maneira muito forçada, sem nenhuma explicação, forçando o leitor a cada paragrafo ter que ir nos apêndices para saber o significado dos termos, sendo que nem todos os termos inventados são explicados no apêndice. Eu sei que o autor faz isso propositalmente para simular um universo futurístico de modo mais natural mas foi muito mal aplicado, dificultado bastante a fluidez e imersão da leitura.

A caracterização dos personagens é péssima e são muito mal construídos, a todo momento entra personagens novos na trama sem nenhuma apresentação e desaparecem sem nenhuma explicação. Fica difícil para o leitor criar uma relação com os protagonistas e coadjuvantes, e isso é um erro capital.

E o principal erro do livro é que a história é muito, mas muito mal contada, os capítulos não tem conexão com o outro, existem capítulos que são uma loucura, onde se passa o capitulo inteiro descrevendo o ambiente de um beco escuro e a sensação do personagem nele. E os diálogos são muito pobres e sem objetivo.

Mas ta, como pode ser um livro tão falho ser tão cultuado ? Pois então, o livro tem seus méritos, a razão de ser tão cultuado é devido a todos os conceitos e o universo que o autor criou e não pela historia em sim. Devo admitir que é extremamente rico e interessante o universo que William Gibson desenvolveu, praticamente todos os conceitos que são vistos na Trilogia Matrix tem como base a obra de Gibson, ate o conceito e o termo "Matrix" foi criado no livro.

Se analisarmos Neuromancer como um livro, ele está longe de ser um bom livro, sendo o único ponto positivo o universo criado pelo autor, lembrando que esse livro é apenas a primeira parte de uma trilogia. Acredito que o ideal seria ter lançado um livro de RPG, faria muito mais sentido pois apenas o cenário de Neuromancer é interessante. Pessoas falam que para absorver 100% do livro tem que ler mais de duas vezes, até que faz sentido, uma primeira leitura para se habituar com o universo e o outro pra entender melhor a historia, mas decepção que foi a primeira leitura acho muito difícil eu ler uma segunda vez.

PONTOS FORTE
- Os conceitos e o universo Cyberpunk criado por William Gibson para o livro, que serviu de inspiração para diversas obras, como por exemplo, a trilogia Matrix.

PONTOS FRACO:
- Historia muito mal contada, capítulos desconexos, diálogos fracos e sem sentido;
- Personagens mal desenvolvido e péssima caracterização dos mesmo, dificultando a relação do leitor com os personagens.
- O mal uso e o excesso de uso de termos e conceitos que foram inventados para o livro.

NOTA
2/5

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

America Horror Story - SEASON 1

No ano de 2011 fiquei sabendo que a FX estava produzindo um novo seriado de terror chamado American Horror Story, eu como um grande fã do gênero fui atrás para saber sobre oque tratava. Porém devido a dois pontos cruciais eu acabei não me empolgado com a série e coloquei na minha grande fila de "seriados para assistir um dia desses".

O primeiro ponto que me deixou com pé atrás a respeito da série era o formato. O que eu acredito ser o melhor formato para esse tipo de show é o de antologia, que são aquelas séries onde cada episodio conta uma história fechada e diferente sem ligação com os episódios anteriores. Exemplos de seriados assim são: Além da Imaginação e Contos da Cripta. Porém os produtores adotaram um formato que mistura antologia com os seriados de continuidade, a exemplo Walking Dead. American Horror Story funciona da seguinte maneira, cada temporada corresponde a uma historia de inicio, meio e fim, abordando um tema especifico do terror, ou seja, em vez de ser historias fechadas por episodio, é por temporada, onde eu achava ser muito difícil desenvolver e manter a história interessante durante toda a temporada.

O segundo ponto que acabou me afastando da série é que a primeira temporada iria abordar o tema "Casa Mal-Assombrada" que dentro do gênero do terror é uma das temáticas que menos me agrada.

Depois de 3 temporadas de relativo sucesso de publico e critica e com o anúncio da quarta temporada que vai ser focada nos Freak Shows dos Circus americanos, que é um tema que acho perturbador e interessante, resolvi dar uma chance pra série na qual eu terminei de ver a primeira temporada hoje.

O resumo resumão do plot do show, uma família que estava passando por alguns problemas resolve recomeçar a vida em uma nova cidade, onde eles vão parar em uma casa que no passado ocorreu alguns assassinatos, que durante o programa se descobre ser uma casa mal-assombrada. Até ai nenhuma novidade, a velha história de sempre, tinha tudo para ser mais do mesmo, porém acabei me surpreendendo positivamente.

American Horror Story começa muito bem, os primeiros episódios tentam abordar um tema diferente do gênero de "Casa Mal-Assombrada", em um episódio a família é assombrada por fantasmas, no outro são atacados por lunáticos querendo realizar um ritual satânico e por ai vai. Os produtores conseguiram proporcionar grandes doses de terror e uma historia envolvente. Cada episodio que passa vai desenvolvendo a plot principal aos poucos e apresentando as regras do jogo, que a principal delas é, se alguém morrer na casa o espirito dessa pessoa fica preso na casa pela eternidade.

Mas aquele ponto que eu levantei antes que me fez duvidar do potencial da série, que é ter muitos episódios para desenvolver uma historia de terror, acabou se tornando fato. Depois da metade da temporada em diante, o seriado cai muito de qualidade. Sem soltar spoilers, devido a necessidade de estender a historia principal durante toda a temporada, os produtores criam situações que acabam indo contra os conceitos estabelecidos durante o seriado, além do que perdeu-se muito do terror, os episódios finais acabam indo mais pro lado galhofa.

Mas o saldo final é positivo. O programa é muito bem produzido e com ótimos atores. Apesar do seriado cair um pouco de qualidade na reta final, ainda consegue se manter interessante, sempre apresentando situações impactantes para a trama. Eu recomendo essa primeira temporada tanto para quem é fã do gênero como os que não são.

PONTOS POSITIVOS:
- Destaque para a atuação da atriz Jessica Lange, ela rouba a cena todas as vezes que aparece, conseguindo ser extremamente perturbadora. Disparado o melhor personagem do seriado;
- Existem poucas séries americanas que tratam do gênero "Terror", e American Horror Story consegue suprir essa escassez com eficiência.


PONTOS NEGATIVOS:
- A série tem uma queda de qualidade a partir do meio da temporada. Para mim o ideal seria temporadas de 6 episódios em vez de 12. Se um filme de uma hora e meia já é um desafio para contar uma boa história de terror, imagine em 12 episódios.

NOTA
3/5

terça-feira, 7 de outubro de 2014

COHERENCE (2014)

COHERENCE (2014 - Ficção Cientifica / Thriller)
Diretor: James Ward Byrkit
Elenco: Emily Baldoni, Maury Sterling, Nicholas Brendon, Elizabeth Gracen, Alex Manugian, Lauren Maher, Hugo Armstrong, Lorene Scafaria.

Para pessoas amantes da sétima arte, depois de uma certa fase da vida é difícil assistir a alguma película que te surpreenda. Em virtude de assistir uma grande gama de filmes, você já vai estar familiarizado com todo os clichés e historias já contadas, ainda mais com essa pasteurização que vive o cinema. Portanto, é difícil encontrar algum filme que te traga aquela sensação de novidade, resta apenas o cinema "estrangeiro" (tudo que não faz parte do Estados Unidos) e o cinema independente para encontrar algo que seja novo. E nesse meu garimpo eu encontrei oque posso dizer ate agora ser o melhor filme que eu assisti esse ano.

Quando eu digo melhor filme, não quero dizer na parte técnica, e sim no sentido de proporcionar aquele sentimento de empolgação, novidade, que te faz pensar e discutir após o termino do filme. Pois para mim o grande objetivo de um filme é trazer uma experiência que agrega algo em sua vida, que mexa com seus sentimentos. Pode ser um filme de terror que consegue te deixar extremamente assustado, ou uma comédia que faz você chorar de rir. E Coherence conseguiu atingir esse objetivo comigo.

Coherence podemos dizer que é a ficção cientifica "hard", bem diferente do que estamos acostumados a ver no cinema, ele usa de um conceito/elemento científico em sua história para a partir disso gerar discussões sobre a sociedade. O filme utiliza o conceito de física quântica conhecido como o "Gato de Schrödinger". Para explicar esse conceito vou retirar um texto direto da nossa amiga wikipedia:

 "O experimento mental do Gato de Schrödinger consiste em um gato preso dentro de uma caixa sem transparências, junto a um frasco de veneno e um contador Geiger ligados por relés, e um martelo. O contador Geiger será acionado ou não. Se for, transmitirá movimento através dos relés; o martelo baterá no frasco de veneno quebrando-o e o gato morrerá. Mas se o contador não acionar, o martelo não quebrará o frasco e o gato permanecerá vivo. Esse experimento mental foi proposto por Erwin Schrödinger em 1935 para demonstrar os estados de superposição quântica: só saberemos se o gato está vivo ou morto se abrirmos a caixa, mas se isso for feito, alteraremos a possibilidade do gato estar vivo ou morto. O princípio desta está intrinsecamente ligado ao Princípio da Incerteza de Heisenberg. O estado de superposição quântica acontece quando for desconhecido o estado de um corpo. Se não pudermos identificá-lo, diremos que este corpo está em todos os estados. Não poderíamos inferir, por exemplo, que o gato não está em estado nenhum, já que foi colocado dentro da caixa e sabemos que ele está lá."

Não vou comentar mais nada a respeito da historia do filme para não estragar a experiência.  A historia demora um pouco para engrenar, os minutos iniciais servem para apresentar os personagens, apenas depois de meia-hora que o filme pega no tranco e as coisas começam a fazer sentido, a partir dai a experiência só melhora tendo uma conclusão a altura dos pontos levantado durante o longa.

Um ponto forte do filme é que ele não trata o espectador como ignorante, não é entregue tudo mastigado para a audiência como é de costumes nos longas atualmente, portanto esse filme não é para qualquer um. Para aproveitar a experiência é necessário prestar atenção nas informações que o filme vai soltando e com isso ir montando o grande quebra-cabeça.

Eu recomendo esse filme para todo mundo que esteja procurando algo novo e instigante. Quem estiver procurando uma grande produção com atores famosos e cheio de efeitos especiais, esse não é o longa para você. Coherence é um filme de baixo orçamento, onde a história inteira se passa praticamente dentro de uma casa e os atores não são famosos, porém suas interpretações são competentes.

PONTOS FORTES:
- Como comentado anteriormente, o ponto alto do filme é o enredo, tentando trazer uma ideia original para um gênero que está bastante saturado. Ele usa elementos da ficção cientifica "hard" da literatura para desenvolver um ótimo thriller/suspense que deixa os espectadores intrigados até o fim do longa.

PONTOS FRACOS:
-  Como é um filme de baixo orçamento, a parte técnica deixa a desejar. Tem algumas partes do filme que parecem ser filmados por aquelas câmeras de mão bem baratas que qualquer um tem em casa hoje em dia, gerando imagens que tremem bastante que acabam incomodando o espectador ate ele se acostumar. Se o filme tivesse a intenção de fazer um mockbuster, como Bruxa de Blair e [REC.], esse problema não iria incomodar, mas como não é a intenção do filme ser um mockbuster e apenas ter algumas cenas que sofram com esse problema, eu considero isso uma falha, porém ela não chega a prejudicar o longa.

NOTA
4/5