quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Duna

DUNA (1965)
Frank Herbert
Editora Aleph

Como eu já mencionei aqui no blog, eu sou fã de ficção-cientifica desde criança porém faz apenas uns dois anos que comecei a consumir literatura do gênero, e posso afirmar que uma pessoa só vai entender oque é ficção-cientifica em sua essência quando ler alguma obra literária de ficção, como os conhecedores gostam de chamar, a "ficção-cientifica hard". Depois de encarar os livros de Asimov (Saga Fundação, Eu Robô) e o livro Neuromancer de William Gibson, resolvi começar a ler Duna, que eu terminei de ler hoje.

Duna está no panteão dos grandes clássicos da ficção-cientifica, tendo adaptação para o cinema dirigido pelo cultuado diretor David Lynch e uma mini-série para TV pelo canal SyFy. O livro esta entre os mais vendidos de todos os tempos do gênero e ganhou o Hugo Award em 1966 como a melhor obra  de fantasia e ficção do ano.

Antes de saber da existência do livro eu conhecia a obra através das adaptações para TV e cinema. Meu primeiro contato foi com a mini-série, no qual achei regular e acabei não me empolgado muito com a história, tinha um universo bacana mas o desenrolar do enredo não achei interessante. Anos depois descobri a existência do livro e a importância dele no gênero, então resolvi assistir o filme, já que o seriado eu assisti quando era mais novo e talvez não tenha entendido direito. Mas o resultado foi o mesmo, achei o filme chato e confuso, apesar de continuar achando o universo da obra muito interessante, mais futuramente eu devo fazer uma crítica sobre o filme pois pretendo assistir ele de novo agora que eu li o livro para ver se vou enxergar com outros olhos.

Mesmo não me empolgando com as adaptações para TV e cinema eu resolvi encarar o livro pra entender o porque dele ser tão cultuado, pois sabemos que nem toda obra literária tem uma adaptação para as telas que seja do mesmo nível do livro.

Eu gostei do livro, mas o mesmo sentimento que eu tive com o filme e o seriado foi o mesmo com o livro. Frank Herbert consegue criar um universo muito interessante e cheio de intrigas políticas mas a história em si não me empolguei muito, talvez isso ocorra por ter sido lançado em 1965 onde oque era novidade na época hoje é clichê para gente.

O livro é dividido em 3 atos. No primeiro acompanhamos o personagem principal em sua adolescência, no segundo acompanhamos ele passando para fase adulta e o terceiro e ultimo ato sua ascensão. O primeiro e o segundo atos são muito bons. No primeiro ato começa bem devagar, lembrando muito Senhor dos Anéis, ele serve mais para apresentar para o leitor o cenário e os personagens, desenvolvendo bem pouco a história. Como o mais interessante na obra é o universo criado, talvez por isso eu tenha me empolgado com o primeiro ato.

O segundo ato podemos dizer que é o ápice do livro. Nele ainda é apresentado uma das partes mais interessantes nesse universo criado por Frank Herbert, que são o povo "Fremen", nesse ato acompanhamos o personagem principal em um ambiente inóspito e como ele faz para se adaptar e também acompanhamos o crescimento do personagem. 

Porém no terceiro ato que é onde o livro se perde, parece que o autor estava com o prazo acabando para terminar a obra e teve que acelerar a história para conseguir finalizar a tempo. É muito corrida a parte final do livro, tudo acontece muito rápido e sem desenvolvimento, completamente diferente do ritmo mais lento que acompanhamos praticamente por 2/3 do livro. É uma pena, pois a história estava se desenvolvendo legal e prendendo o leitor a cada novo capitulo e bem no encerramento da obra, que é um dos pontos mais importantes, o autor falha.

Em relação a leitura, mesmo sendo um livro antigo, de 1965, ainda continua prazerosa a escrita de Frank Herbert, e o trabalho de tradução da Editora Aleph é excelente. O livro mescla muito bem o uso de diálogos e narrativa, não exagerando em nenhum deles, assim não tornando a leitura cansativa, pois muita narrativa como as obras de Tolkien torna a leitura muito cansativa e o uso demasiado de diálogos torna a obra muito rasa na questão de desenvolvimento do cenário.

Apesar do deslize no ultimo ato do livro eu considero a obra muito boa, gostei bastante. Ela tem como sua principal virtude o universo criado por Frank Herbert, assim como obras como Star Wars, Star Trek, Senhor dos Anéis, que conseguem conquistar seus fãs através de seus ricos universos. Recomendo para quem gosta de um trama politico, o livro inteiro gira em torno de vingança e guerra politica por poder. Pretendo futuramente adquirir as continuações de Duna, que dão continuidade a saga do personagem principal, dois deles já foram lançados pela editora Aleph.

PONTOS POSITIVOS
- O universo criado por Frank Herbert esta entrem os mais interessantes do gênero.

PONTOS NEGATIVOS
- O terceiro ato do livro é muito corrido.

NOTA
3/5

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

V/H/S/2 (2013)

V/H/S/2 (2013 - Terror)
Diretor:Simon Barrett, Jason Eisener, Gareth Evans, Gregg Hale, Eduardo Sanchez, Timo Tjahjanto, Adam Wingard.
Elenco: Lawrence Michael Levine, Kelsy Abbott, L.C. Holt, Adam Wingard, Hannah Hughnes, Jay Saunders, Fachry Albar, Hannah Al Rashid, Oka Antara, Andrew Suleiman, Epy Kusnandar, Riley Eisener, Zachary Ford, Smantha Gracie.

Com o sucesso comercial de filmes estilo "found footage" como Atividade Paranormal, Cloverfield e [Rec.], uma enxurrada de filmes parecidos começou a pintar pra aproveitar a moda e como sempre muita bomba surgiu. No meio desse emaranhado de filmes ruins podemos destacar uma perola chamada V/H/S, ele remete aos clássicos filmes de terror de Antologias, onde é apresentado diversas histórias sem ligação uma com a outra. Eu sou fã desse formato ainda mais para o gênero do terror, pois como possuem pouco tempo para contar a história, o roteiro não perde tempo com enrolação e explicação e indo direto ao ponto principal que é aterrorizar o espectador.

Com a boa aceitação do público em 2013 foi lançado a sequência de V/H/S que acabei assistindo nesse final de semana. O longa manteve a mesma estrutura do original, onde temos uma historia principal e entre ela é apresentado 4 histórias, todas no estilo "found footage" e representando um gênero dos filmes e terror.

A plot principal consiste numa dupla de detetives particulares picaretas que vão investigar o desaparecimento de um jovem. Ao chegar na casa onde o rapaz desapareceu, eles se deparam com um aparelho de VHS e diversas fitas espalhadas pelo local, através desse gancho é apresentado os outros segmentos do longa. A cada troca de segmento é apresentando um pouco da trama, porém nada de interessante é apresentado até a parte final. Apesar de não ser nada extraordinário, o final desse segmento consegue ser bastante tenso, esse estilo de filmagem é muito difícil não pegar o espectador, por mais cliché que seja a situação, pois as filmagens "found footage" são muito imersivas, acredito que isso ocorra devido ao tom "amador/verossímil" que é transmitido.

O segundo segmento é de longe a parte mais fraco do filme. Nele temos uma pessoa que coloca um implante no olho onde tudo que ele vê é gravado e a partir desse implante ele começa a enxergar pessoas mortas e descobre que a casa dele é cheia de espíritos malignos. Não da para destacar nada de positivo desse segmento, atuações ridículas, situações que não geram medo nem em uma criança pequena, de vez em quando conseguindo ate arrancar uma risada. Eu recomendo pular essa parte do filme, é uma completa perda de tempo.

Podemos dizer que a história seguinte é no mínimo interessante. Nela temos o início de um ataque zumbi onde acompanhamos o ataque pela perspectiva de um morto-vivo. Esse segmento não é nem um pouco assustador, apelando mais para o horror gráfico de corpos sendo devorados pelos zumbis. Vale a pena assistir mais pela originalidade do que por sua qualidade.

Chegamos então ao melhor segmento do filme. Vou tentar contar o mínimo de spoiler para não estragar a experiência. Nele temos uma equipe de reportagem que vai fazer um documentário sobre um culto asiático completamente estranho que dizem garantir que a pessoa vai ser levada para o paraíso, e durante o documentário já se imagine oque vai ocorrer. Esse segmento vai deixando o espectador instigado a cada cena bizarra que é captada, seja no plano principal ou algum acontecimento que ocorre em segundo plano, e com isso vai criando um clima de tensão que vai crescendo até a parte onde a loucura começa. É impossível não assistir esse segmento sem ficar perturbado. Destaque para o líder do culto, "O Pai", um personagem completamente insano.

A última história é completamente desnecessária. Temos um grupo de crianças que passa o final de semana sozinhas e nesse período de tempo são atacadas por um grupo de alienígenas. Mas mesmo contando uma história completamente clichê, bem diferente do que os outros segmentos se propuseram, ainda consegue criar uma certa tensão.

Tirando o segmento do culto asiático, o resto do filme é bem fraco, porém a parte do culto asiático é tão boa e perturbadora que acaba salvando o filme de ser uma bomba, se possível sugiro que apenas assista a esse segmento e nem perca tempo assistindo os restantes, talvez assistam o do zumbi pela originalidade.

PONTOS FORTE
- O estilo de filmagem "Found Footage" continua sendo um dos melhores estilo de filmagem para o gênero de Terror, por mais meia boca que seja o filme, ele ainda consegue perturbar um pouco o espectador.
- O segmento do culto asiático é completamente insano, é filmes nessa pegada que o mercado atual de Terror esta carente, filmes sem medo de ousar.

PONTOS FRACO
- O restante dos segmentos são muito fraco, utilizando motivos completamente sem sentido para justificar a filmagem em "primeira pessoa" como utilizar um implante no olho ou colocar uma câmera no capacete quando for dar uma volta de bicicleta no parque.

NOTA
2/5

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Quarentena (Quarantine, 2008)

QUARENTENA (Quarantine, 2008 - Terror)
Diretor: John Erick Dowdle
Elenco: Jennifer Carpenter, Steve Harris, Jay Hernandez, Johnathon Schaech, Columbus Short, Andrew Fiscella, Rade Serbedzija, Greg Germann, Bernand White, Dania Ramirez, Elaine Kagan, Marin Hinkle, Joey King.

Todo halloween eu tenho o ritual de assistir a algum filme de terror, como o blu-ray estava em promoção e sempre tive a curiosidade de assistir o longa, resolvi encarar. Para quem não sabe, Quarentena é o remake do filme espanhol [Rec.], que é um dos meus filmes preferidos do gênero do terror.  

Por anos eu tive preconceito sobre Quarentena, achava completamente desnecessário um remake de um filme que não tinha sido lançado não fazia nem um ano, apenas para os americanos preguiçosos não precisarem ler legendas, ainda mais que o filme original não tinha o que alterar, portanto qual a razão desse remake?

O filme mantém a mesma plot do original, uma equipe de reportagem vai passar um dia acompanhando a rotina do Corpo de Bombeiros, e ao acompanhar um chamado eles irão se encontrar presos em um prédio onde pessoas contaminadas com alguma especie de vírus acabam enlouquecendo. História bastante simples, mas se bem executada consegue agradar a todos, até porque o que caracteriza um bom filme de terror, é o clima de angustia e medo que ele consegue passar ao espectador e não o quão profundo e filosófico é seu enredo.

O mesmo estilo de filmagem, found footage, adotado pelo longa espanhol é utilizado pelo diretor americano, que são aqueles filmes que parecem filmagens perdidas, onde todo o filme se passa pela visão da pessoa que está com a câmara na mão, tipo Bruxa de Blair, Atividade Paranormal e Cloverfield.  Esse estilo de filmagem cai muito bem no gênero de Terror se bem executado, pois cria uma maior imersão para o espectador.

Mas beleza, a plot é a mesma que o original e o estilo de filmagem também, então o que tem de diferente esse remake ? Não tem nada, o filme é o mesmo, cena por cena, é ate uma vergonha o diretor assinar o filme, pois ele copiou todos os enquadramentos do diretor espanhol. Porém, o filme é ruim ? Se analisarmos ele isolado é um excelente filme, pois ele é igual ao original em todos os sentidos, sendo que o filme espanhol é excelente, mas para quem já assistiu [Rec.] não tem porque assistir Quarentena.

Quarentena é um filme completamente dispensável e mostra como hollywood esta em decadência a cada ano que se passa, vivendo de remake de obras estrangeiras e de reboots de sucessos dos anos 80. Se forem assistir, assistam o original.

PONTOS FORTES:
- O estilo de found footage foi muito bem executado, consegue deixar o espectador completamente tenso, detalhe para a cena final que faz você ficar sem respirar. Aconselho a assistir de noite e sozinho, ate o mais machão vai morrer de medo.

PONTOS FRACOS:
- Filme completamente desnecessário, é uma cópia descarada do original espanhol, o filme é o mesmo cena por cena.

NOTA
3/5