segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Arma X

ARMA X
Roteiro: Barry Windsor-Smith
Arte: Barry Windsor-Smith
Editora: Marvel
Nº de Páginas: 152
Edições: Marvel Comics Presents 72 - 84

Através da Coleção de Graphic Novels Marvel da editora Salvat estou tendo a oportunidade de ler algumas histórias clássicas e outras contemporâneas da Marvel que não tive a oportunidade der ler. Nesse final de semana eu terminei de ler uma história que sempre tive curiosidade de conhecer que é o arco de histórias "Arma-X". Esse arco é bastante cultuado pelos fãs do Wolverine e fez bastante barulho na época principalmente porque foi uma das primeiras a retratar a origem do personagem, origem essa que era um mistério nas histórias dos X-men.

Por ele ter esse grau de liberdade, o autor acabou adotando uma narrativa bem diferente da que encontramos nos quadrinhos que estamos acostumados a ler, a começar pela a arte que é bastante peculiar adotando traços por vezes abstratos misturando com uma colorização que por vezes chega a ser difícil de compreender o que esta ocorrendo em cena. Quando o assunto é a arte da HQ eu sou favorável por algo mais tradicional, não curto desenhos estilizados e abstratos, portanto para mim a arte é um dos pontos fracos da HQ.  Ja a narrativa o autor utiliza muitas frases soltas sem ligação uma com a outra, são poucos os diálogos desenvolvidos, acredito que a intenção de Barry Windsor-Smith é que estivéssemos na pele de Wolverine durante o experimento Arma-X.

Dava facilmente para história que foi contada em 150 páginas caber em uma edição comum de 24 páginas, pois o conteúdo é praticamente zero, tendo apenas algumas cenas de ação sem dialogo que agregue algo a história. Acredito que o sucesso dessa história foi justamente por ser uma das primeiras a abortar o passado misterioso do Wolverine naquela época. A HQ esta longe de ser horrível mas também longe de ser uma obra-prima, vale ler pela curiosidade.

NOTA
3/5


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Assim na Terra Como no Inferno (As Above, So Below, 2014)

ASSIM NA TERRA COMO NO INFERNO (As Above, So Below, 2014 - Terror)
Diretor: John Erick Dowdle
Elenco: Perdita Weeks, Ben Feldman, Edwin Hodge, François Civil, Mario Lambert, Ali Marhyar, Cosme Castro, Hamid Djavadan.

Esse filme eu descobri por acaso ao procurar a data de estréia de Interstellar nos cinemas, me chamou atenção pelo poster e fui ver a sinopse a qual achei interessante. No longa uma equipe de exploradores adentra nas imensas galerias subterrâneas feitas na idade média que a cidade de Paris possui para procurar a lendária Pedra Filosofal e ao adentrar as galerias acabam abrindo os portões do inferno.

Podemos dizer que o filme é uma mistura de Indiana Jones com Terror no estilo "found footage". Temos toda a parte de exploração das galerias onde os personagens resolvem os mistérios para encontrar o artefato místico e sobrevivendo as diversas armadilhas como vistos nos filme do Indiana Jones. Também tem a parte do terror onde durante essa caça ao tesouro os protagonistas são atormentados por demônios e assombrações.

O filme peca apenas em dois pontos, o primeiro deles é o carisma dos personagens e o outro o excesso de sub-tramas desnecessárias. Em relação aos personagens praticamente nenhum deles funcionam, a protagonista é extremamente irritante fazendo o espectador torcer pela morte dela o quanto antes. A protagonista é aquela personagem que só pensa nela e esta nem ai com oque tem que fazer para atingir seus objetivos, ou seja, a completa otária. Ja o restante do grupo se enquadra nos famosos "uhull nos somos radicais e exploramos lugares proibidos", acredito que faltou um pouco mais de seriedade nos personagens ou pelo menos um protagonista carismático para que podemos torcer por ele durante o longa.

O outro ponto que me desagradou é o excesso de subtramas. O filme me lembrou bastante o longa "Oculus", o diretor e roteirista não sabem que caminho seguir e tentam abordar diversos temas. Temos uma história de amor entre os protagonistas que não é desenvolvido durante o filme e nem acrescenta nada a trama, onde apenas no final é explorado esse drama. Temos também a parte que os personagens tem que perdoar seus pecados passados que também não é abordado em nenhum momennto do filme e que é de extrema importância para a solução de um dos quebra-cabeças sendo que não tinha a necessidade de criar essa situação para a história funcionar. Além desse exemplos tem outros elementos que não são desenvolvidos durante o longa e que não acrescentam em nada na história, como os demônios estatuas, as pessoas dos mantos negros, o culto do coral e por ai vai.

Apesar desses problemas o filme é muito bom. Se o diretor foca-se apenas na parte de exploração ao estilo Indiana Jones e o terror de ambiente e de situações claustrofóbicos no estilo Abismo do Medo, com certeza o filme teria mais prestigio, mas essa falta de direcionamento acaba prejudicando o resultado final do filme.

NOTA
3/5

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Blade Runner, O Caçador de Androides (Blade Runner, 1982)

BLADE RUNNER, O CAÇADOR DE ANDROIDES (Blade Runner, 1982 - Ficção Cientifica)
Diretor: Ridley Scott
Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Edward James Olmos, William Sanderson, Brion James, Joe Turkel, Daryl Hannah.

Comentar Blade Runner é complicado, filme extremamente cultuado pelos cinéfilos e fãs de ficção cientifica. O filme teve diversos problemas de edição entre os produtores e o diretor Ridley Scott, por isso que existe diversas versões do longa. Temos versão do cinema, do diretor, estendida, do diretor edição especial e por ai vai. E cada uma dessas versões acabam mudando bastante o desenvolvimento do filme, justificando a existência delas.

O longa é baseado no livro "Androides Sonham com ovelhas elétricas" de Philip K. Dick, eu nunca li o livro portanto não posso comparar com a obra original, mas pelo oque é comentado o filme é superior ao livro, isso não é muito difícil pois as obras do autor são famosas por possuir plots sensacionais porem uma narrativa fraca, talvez por isso existam diversas adaptações dos contos de Philip K. Dick.

Como já falei em postagens anteriores, sou um aficionado em ficção-cientifica e já assisti o filme duas vezes e não me agradou nem um pouco, achei extremamente chato. Acredito que isso ocorreu por que talvez não estava maduro o suficiente para o filme, assisti ele em minha adolescência, por isso dei mais uma chance pra ele e fui assisti-lo nesse final de semana para ver se mudo de opinião e eu entenda o porque de tanta fascinação em cima do longa.

Muitos consideram Blade Runner uma obra cyber-punk, porém acho um tremendo equívoco, o longa tem quase nada que remete ao gênero apenas a questão dos androides. O filme se passa numa Los Angeles decadente no longínquo ano de 2019. É engraçado como achavam que no inicio dos anos 2000 estaríamos tão avançado tecnologicamente. É excelente como é retratada a cidade, para mim um dos principais charmes do filme, apresentando uma cidade dominada por grande corporações, super populada e por uma invasão asiática, cenário que acho plausível num futuro próximo. Como não é fácil imaginar a tecnologia que teremos em nosso futuro, Blade Runner acaba apresentando uns dispositivos eletrônicos que chega a ser engraçado de tão datado que são eles, exemplo a TV tubo que o protagonista utiliza para aumentar a resolução de fotografias, tudo isso através de comando de voz, além da total ausência de dispositivos de comunicação móvel, até porque o boom dos celulares ocorreu apenas nos anos 2000 e o filme é dos anos 80.  Mesmo com esses pontos o filme consegue passar uma sensação de um futuro crível mesmo com seus carros voadores e televisões tubo.

O elenco está muito bem no filme, Harrison Ford com seu carisma e ar canastrão sempre agrada a audiência. O vilão do filme interpretado por Rutger Hauer consegue ser angustiante. Uma escalação de elenco perfeita, sendo o personagem mais marcante da carreira do ator.

A parte técnica é impecável porém não vejo toda essa grandiosidade no enredo. Tenho que admitir que Blade Runner possui uma história interessante mas longe de ser algo para tamanho culto. Falam que a obra é extremamente filosófica e que faz nos questionarmos sobre diversos assuntos, porém a narrativa é travada. Temos ótimos segmentos seguido por segmentos que parecem completamente fora do filme. Isso faz sentido devido ao problema de edição que o filme sofreu durante todos esses anos, onde de tempo em tempo sai uma nova versão definitiva do filme. 

Eu tentei gostar do filme e achar a justificativa para tanto culto sobre o filme, porém não consigo entender a razão desse cultuamento. O filme é bom porém longe de ser uma obra-prima, ele falha num dos principais pontos que é a narrativa. Devido a seu ritmo quebrado e edição problemática fica difícil manter a atenção do espectador 100% focada no longa. Portanto pra mim o grande problema de Blade Runner é a expectativa que a pessoa cria ao assistir o filme, a pessoa vai esperando um dos melhores filmes de todos os tempos e se depara com uma ótima ficção-cientifica mas longe de ser um Alien, Matrix ou Exterminador do futuro. 

Nota
3/5

Duna (Dune, 1984)

DUNA (Dune, 1984 - Ficção Cientifica)
Diretor: David Lynch
Elenco: Kyle MacLachlan, Francesca Annis, Brad Dourif, Jose Ferrer, Linda Hunt, Freddie Jones, Richard Jordan, Everett McGill, Kenneth McMilan, Jurgen Prochnow, Virgina Madsen.

Depois de terminar de ler o livro Duna fui assistir o filme de David Lynch pela terceira vez para ver se mudo de opinião a respeito do longa, mas a missão não foi um sucesso.

A produção do filme foi marcada por diversos problemas, o diretor chegou a realizar mais de oito horas de filmagem, ou seja, imaginem o desafio na hora de fazer o corte para que essas oito horas se transformem em duas horas, muita coisa da história foi deixada de lado prejudicando bastante a narrativa. É visível que tem muita informação faltando ao assistir o filme, deixando bastante confuso o espectador,  apenas quem leu o livro vai conseguir entender por completo a história. Os personagens são jogados em cena sem nenhuma apresentação e desenvolvimento, o único personagem que é um pouco desenvolvido é o protagonista, porém mesmo assim é muito raso.

Em questão de fidelidade a obra original, David Lynch consegue ser até fiel demais, tendo cenas idênticas as narradas no livro, oque para mim foi um problema, porque são mídias diferentes. O livro tem muitas passagens em que acompanhamos apenas os pensamentos dos personagens e David Lynch transferiu isso para o longa, onde escutamos os pensamentos, é muito estranho o personagem estar falando  e de repente fica de boca fechada e continuamos ouvindo ele falar, ainda mais que esses pensamentos são coisa obvias que o espectador poderia compreender através da expressão ou ação do personagem. 

Pelo oque eu pude perceber, tivemos apenas uma mudança grande em relação a obra original, foi acrescentado um alienígena gigante que parece o Crank das tartarugas ninjas, um cérebro gigante com olhos e boca, que é meio quem arquiteta os planos malignos do vilão. Ele surge em cena do nada, joga umas ideias parecendo ser o fodão por trás de tudo, depois temos uma cena dele no espaço soltado uns raios lasers no nada e então não é mais mencionado. Personagem completamente dispensável, acredito que nas 6 horas de filmagem que ficaram fora do corte final com certeza esse personagem seria mais desenvolvido, mas como ele não teve proposito nenhum, os responsáveis pelo corte do filme poderiam ter excluído ele na edição final.

Durante uma hora e meia de filme pouco da história é desenvolvida, não chega a contemplar 40% do livro, e nos 30 minutos finais é apresentado o restante do livro, tudo acontece sem explicação, numa hora o personagem esta começando seu treinamento e na outra cena já esta comandando um exercito, depois ja esta atacando o inimigo e o filme acaba em uma cena com clímax zero.

Os efeitos visuais são muito fracos, o chroma keys é do nível do utilizado nos episódios do Chaves, sendo que na época do desenvolvimento do filme já tinha sido lançado Star Wars. Os vermes quando aparecem sozinhos em cena até que da pra engolir, mas quando algum humano interage com eles a cena fica risível. Cenário e figurinos completamente sem expiração.

Agora consegui entender por que o cultuado diretor David Lynch não quis vincular seu nome com o filme. O diretor deve se remoer até hoje pois ele abriu mão da direção do Star Wars O Império Contra-Ataca para dirigir Duna. Devido a esse filme o diretor entrou num ostracismo e só foi voltar aos holofotes depois da cultuada série Twin Peaks, se arrependimento mata-se...

NOTA
1/5